COP: um guia para entender a Conferência das Partes
Com o Brasil sediando a COP30 em Belém, em Novembro deste ano, o assunto ganhou relevância e, com isso, surgem as dúvidas: O que é a COP30? Como funcionam as reuniões? E o principal: como isso afeta o Brasil? Como isso afeta o meu negócio ou a minha posição na organização onde trabalho?
Nesse texto buscamos responder essas dúvidas em um pequeno guia com as informações mais importantes sobre o evento! Esperamos que gostem!
- o que é a COP?
- como é estruturada a COP? quem participa?
- origem da Conferência das Partes e o Brasil
- qual a importância da COP?
- principais acordos da COP e seus objetivos
- a COP para além do meio ambiente
- como a COP influencia o Brasil?
- a COP e o setor privado
- COP30 Belém: impacto e perspectivas
o que é a COP?
COP é o termo em inglês para Conference of the Parties, ou “Conferência das Partes”. São reuniões periódicas entre países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), realizadas entre representantes governamentais, membros da sociedade civil, organizações não-governamentais, organizações do setor privado e academia para negociar, sob o arcabouço do multilateralismo diplomático global, acordos que busquem ações coordenadas entre os países de todo o mundo para enfrentar os desafios entorno de pautas que extrapolam as fronteiras de cada país.
A COP mais famosa é a COP do Clima, ou a “Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima”, em que são discutidas questões relacionadas às mudanças climáticas, baseando-se nos seguintes critérios:
- mitigação: sobretudo de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global;
- adaptação: estratégias para lidar com os impactos das mudanças climáticas que não são evitáveis;
- financiamento climático: ou seja, a mobilização de capital de países economicamente estáveis para apoiar países vulneráveis que possuem recursos escassos a fim de realizarem as ações acordadas;
- transferência de tecnologia: difusão de tecnologias sustentáveis e inovadoras que auxiliem para um futuro mais sustentável;
- perdas e danos: análise dos impactos das mudanças climáticas que não podem ser evitados ou adaptados, buscando apoio e soluções na forma de compensação.
Contudo, ainda existem outros tipos de COP além da COP do clima que merecem menção:
- COP da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) ou COP da Biodiversidade, em que o foco é a conservação da biodiversidade e seu uso sustentável, tendo uma divisão justa dos benefícios do uso de recursos genéticos, realizada em 2024 na Colômbia;
- COP da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), com o objetivo de combater a desertificação e mitigar os efeitos da seca;
Ainda há COPs que estão associadas a tratados internacionais mais específicos, como:
- Convenção de Basileia para a gestão de resíduos perigosos;
- Convenção de Estocolmo olhando poluentes orgânicos persistentes;
- Convenção de Roterdã associada ao comércio internacional de produtos químicos perigosos;
- Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres que garante um comércio de animais e plantas selvagens seguros.
como é estruturada a COP do clima? quem participa?
Como já dito, participam da COP os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, incluindo os 193 países-membro da ONU (Organização das Nações Unidas) e cinco territórios. Além disso, a reunião é aberta para participantes não-estatais, como membros da comunidade civil, organizações não-governamentais, membros do setor privado, povos indígenas e cientistas.
Sua organização é discutida entre os países signatários e realizada pelo país sede, o qual recebe aconselhamento do país sede anterior a fim de oferecer estrutura e organização para receber importantes figuras mundiais. A COP do Clima já ocorreu na Alemanha, Japão, Marrocos, Indonésia, Dinamarca, México, Peru, França, Escócia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e, em 2025, será realizada novamente no Brasil.
origem da Conferência das Partes e o Brasil
A história da COP começa com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992, conhecida como Rio 92 ou Cúpula da Terra. No evento, líderes globais, cientistas, organizações internacionais e representantes da sociedade civil se uniram para discutir as questões ambientais e definir um caminho de desenvolvimento que gerasse um futuro ecologicamente equilibrado.
Nela, foram criados alguns documentos e iniciativas importantes:
- a Agenda 21, um plano de ação global para alcançar o desenvolvimento sustentável;
- a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que definiu princípios para equilibrar as necessidades ambientais, sociais e econômicas, e;
- a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), assinada por 154 países.
Através da UNFCC, os países signatários reconheceram o impacto das emissões de gases de efeito estufa no aquecimento global e estabeleceram como objetivo comum estabilizar essas emissões para evitar catástrofes climáticas futuras. A UNFCCC entrou em vigor em 1994, e desde então os países-membro se reúnem para discutir estratégias, desafios, progressos, falhas e possibilidades sobre o tema. Ou seja, esse ano a COP volta a ser realizada no país onde nasceu.
Na Rio 92, também foi introduzido o conceito de responsabilidade comum, mas diferenciada. No evento, foi compreendido que, embora todas as nações compartilhem a responsabilidade pela preservação do planeta, os países desenvolvidos têm uma dívida histórica devido às emissões acumuladas desde a Revolução Industrial e isso lhes traz uma responsabilidade diferenciada – e maior. Esse princípio se mantem até hoje como base para as negociações, ajudando a guiar os debates sobre financiamento climático, a transferência de tecnologia para países em desenvolvimento e, como será tratado adiante, o Acordo de Paris.
qual a importância da COP?
Apesar do pessimismo e descrença em relação ao impacto efetivo da COP, a conferência é um espaço de diálogo essencial para a mudança.
Em primeiro lugar, a abertura para o diálogo oferecido pela COP é uma oportunidade de reconhecer que o problema ultrapassa as fronteiras nacionais e, portanto, deve ter uma solução na mesma escala, verdadeiramente globalizada. Ao reunir 198 países, 5 territórios e membros não-estatais para discutirem como será feita a redução dos impactos humanos no meio ambiente, o reconhecimento do problema é compartilhado e as soluções são propostas e acordadas em conjunto, de forma a ouvir todos os envolvidos e gerar o maior impacto positivo possível.
Em paralelo, é o momento de aproximar figuras não-estatais para um debate que comumente ocorria apenas entre líderes políticos. A participação de empresas, ONGs, sociedade civil e academia no debate é uma forma de dar voz aos afetados pelos desastres climáticos. A diversidade de participantes permite um ativismo mais efetivo pelas partes impactadas e permite a adoção de soluções estratégicas complementares no âmbito subnacional.
Além disso, conferências internacionais entre Estados são uma forma efetiva de guiar as nações a um objetivo comum. Muito se fala nos desafios de cooperação entre os países, com divergências ideológicas, desigualdades econômicas, conflitos de interesses econômicos e a inexistência de um conjunto de regras capaz de governar os países em uma determinada direção. Nesse sentido a formulação de tratados como o Acordo de Paris, realizado na COP21 em Paris é uma maneira de contornar este estado anárquico e conflituoso, garantindo uma maior coesão internacional para a formação de normas que governem uma solução coletiva.
principais acordos da COP e seus objetivos
Como já dito, a COP é uma forma de orientar as políticas nacionais, para isso são utilizados tratados e acordos com objetivos, metas e caminhos que visam mitigar os efeitos das mudanças climáticas e criar soluções em direção a um futuro ecológicamente equilibrado. alguns importantes acordos realizados desde a instiutição da COP são:
Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto foi assinado por 84 países na COP3 em 1997 no Japão e foi o primeiro tratado vinculante da COP. Nele, os países desenvolvidos deveriam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, em média, em 5% em relação aos níveis de 1990, até o ano de 2012. O entendimento por trás da proposta era que os países desenvolvidos eram os maiores responsáveis pelas emissões históricas, seguindo o princípio da “responsabilidade comum, mas diferenciada” citado anteriormente.
Com ele, foram criados mecanismos de mercado como o MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), em que países desenvolvidos poderiam financiar projetos de energia limpa ou reflorestamento em países em desenvolvimento e contabilizar como redução de emissões, e o comércio de carbono, o qual permitiria que países comprassem créditos de carbono para compensar emissões.
Porém a grande crítica ao acordo é a exclusão de grandes nações emissoras, como a China e a Índia e os EUA, como principal emissor, que não ratificaram o tratado.
Acordo de Marrakech
Este acordo foi criado para financiar países em desenvolvimento na adaptação aos impactos climáticos, com recursos advindos de uma taxa de 2% sobre os projetos de MDL, sendo um detalhadamento técnico e uma regulamentação do Protocolo de Kyoto, definindo o funcionamento dos mecanismos de mercado. Em paralelo, seria elaborado um fundo de 100 bilhões de dólares ao ano até 2020 para auxiliar países em desenvolvimento a mitigar emissões e adaptarem-se aos impactos das mudanças climáticas.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris é o acordo mais relevante da COP na atualidade, substituindo o Protocolo de Kyoto como principal acordo climático. Foi realizado em 2015, na COP21 na França. Nele são incluídos tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento para o compromisso de frear a emissão de gases nocivos na atmosfera.
Seu objetivo principal é limitar o aquecimento da temperatura global abaixo de 2°C, com esforços para não ultrapassar 1,5°C acima dos níveis pré-industriais registrados.
Os valores se relacionam ao consenso da comunidade científica sobre o “ponto de não retorno”, ou seja, um aumento que ultrapassasse essa meta traria consequências irreversíveis para ecossistemas, populações vulneráveis e economias. Estudiosos apontaram que esta mudança traria o colapso das calotas polares, aumentando o nível dos mares; a desertificação da Amazônia, ocorrendo uma extinção em massa da biodiversidade, com grande perda de fauna e flora, liberando bilhões de toneladas de carbono na atmosfera e acelerando a acidificação dos oceanos, grandes responsáveis pela captura de carbono da atmosfera, com impacto irreversível na quantidade e diversidade da vida marinha.
No acordo, cada país envolvido define suas metas de redução com base em suas capacidades e contextos nacionais, revisando-as a cada cinco anos, através das Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs). As NDCs incluem transição energética, reflorestamento e tecnologias limpas.
Assim, o acordo cria um compromisso global em torno da neutralidade de carbono até 2050, reduzindo as emissões pela metade até 2030 e o fim gradual do uso de combustíveis fósseis, promovendo uma transição energética global.
COP 26 e a redução do uso de carvão
Na COP26, em 2021 no Reino Unido, outro importante passo foi dado em relação ao uso de carvão – o combustível fóssil mais poluente – como fonte energética. No texto, foi relatado pela primeira vez a necessidade de reduzir o uso de carvão, sobretudo sem tecnologia de captura de carbono. Contudo, o texto não planeja sua eliminação, permanecendo uma diretriz sobre redução gradual, sem metas claras. Além disso, também foram discutidas as normas para a comercialização de carbono, permitindo trocas internacionais de créditos, em um esforço de regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris.
a COP para além do meio ambiente
Embora a COP seja essencialmente direcionada à governança climática e ambiental, seu alcance também abrange as relações sociais, isso porque as mudanças climáticas agravam desigualdades sociais e econômicas.
Estudos feitos pela CNN demonstraram que os impactos das mudanças climáticas estão associadas ao empobrecimento das nações. Países em desenvolvimento, que historicamente têm contribuído menos para as emissões globais, enfrentam os maiores riscos, tendo o dobro de perda econômica em comparação aos países ricos com catástrofes climáticas. O aumento do custo de vida, sobretudo por conta da instabilidade agrícola relacionada por excessos de chuvas ou secas atípicas, coloca em risco a segurança alimentar de populações já vulneráveis e o principal item de exportação destas economias, efeito sendo sentido na gôndola dos supermercados no início de 2025.
Para além da economia, secas prolongadas, enchentes, aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos afetam com maior intensidade regiões como a África Subsaariana, o Sudeste Asiático e as ilhas do Pacífico, colocando milhões de pessoas em deslocamento forçado, perdendo muitas vezes seus meios de subsistência.
No âmbito nacional, também há divisões das populações mais afetadas. Meninas e mulheres estão entre as populações mais vulneráveis, tendo 14 vezes mais chance de morrer devido a mudanças climáticas em relação aos homens (Greenpeace). A COP como um espaço de diálogo aberto é uma forma de ouvir estas vozes, entendendo suas demandas. Contudo, a questão de gênero ainda precisa ser abordada de forma mais coerente na Conferência, já que apenas 21% da presidência das COPs foram realizadas por mulheres.
Em paralelo, os povos indígenas também são centrais para o debate, mas com pouca representatividade e liderança. Eles se desenvolveram com amplo conhecimento de conservação dos ecossistemas enquanto promoveram o bem-estar de suas comunidades, tendo uma forma de vida diretamente ligada ao equilíbrio homem-natureza. Infelizmente, eles são os primeiros a sentirem os efeitos da crise climática da qual não foram causadores, por isso, a COP também começa a ouvir cada vez mais representantes dos povos originários em seus encontros anuais.
Fica claro, portanto, que discutir sobre mudanças climáticas é falar também sobre desigualdade social. Com os fundos formados pela COP, países sem renda têm a oportunidade de investir em soluções e tecnologias para diminuir essas desigualdades.
como a COP influencia o Brasil?
O Brasil tem na COP uma oportunidade de protagonismo e liderança mundial para atingirmos as metas do acordo de Paris. Devido às suas características naturais, o país pode contribuir tanto na preservação dos ativos florestais e marinhos e na produção sustentável de energia e alimentos.
- em relação à preservação de ativos naturais, abrigamos grande parte da maior floresta tropical do mundo e a maior biodiversidade terrestre, o Brasil desempenha um papel estratégico. A Floresta Amazônica é considerada um dos maiores reguladores climáticos em escala global, essencial para a absorção de carbono. A discussão entorno das soluções para o desenvolvimento sustentável deste bioma é essencial e de grande responsabilidade para a nação.
- além da Amazônia, o Brasil também possui uma rica biodiversidade marinha com uma área costeira de mais de 7.000 km. Os oceanos também se mostram essenciais na luta contra o aquecimento global pela sua capacidade de absorção de dióxido de carbono. Estudos indicam que, desde a Revolução Industrial, o oceano já absorveu mais de 30% do excesso de CO₂ e 90% do excesso de calor adicionados na atmosfera pelas atividades humanas.
- somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo, no entanto, grande parte dessa produção ainda utiliza práticas nocivas ao meio-ambiente, tanto em relação à utilização de pesticidas e fertilizantes químicos, quanto ao uso responsável da água. Essa é um área onde podemos liderar a criação de soluções com impacto global a partir do expertise criado para a produção de alimentos ao longo dos anos.
- além disso, também somos um dos países com a matriz energética mais limpa do mundo, o que pode não só diminuir a emissão de gases de efeito estufa provenientes da geração de energia no Brasil e no mundo, como atrair indústrias para o Brasil interessadas em ter uma menor pegada de carbono em suas produções.
Nesse contexto, há uma grande oportunidade para o Brasil utilizar financiamentos verdes internacionais elaborados nas COPs para promover um desenvolvimento sustentável. Com investimentos adequados e políticas públicas consistentes, é possível alinhar as expectativas globais em relação aos objetivos da agenda verde com uma política que traga o progresso econômico para o país.
Por outro lado, as decisões tomadas nas COPs também desafiam o Brasil a enfrentar contradições internas. Apesar de sua abundância de recursos naturais e potencial renovável, o país ainda tem sua economia dependente de atividades naturalmente insustentáveis, como o desmatamento para expansão agropecuária, a mineração e a exploração de petróleo, que se contrapõem às oportunidades de produção de biocombustíveis, energia solar e eólica, reflorestamento, etc. Com otimismo, a pressão internacional pode ser um caminho para a construção nacional de uma agenda de impacto realmente duradoura e transformadora para o país.
a COP e o setor privado
A COP desempenha um papel central na formulação de políticas climáticas globais, o que influencia diretamente o setor privado ao abranger diretrizes para mercados, investimentos e práticas empresariais. Com o aumento de atenção global para o tema, as empresas enfrentam riscos e oportunidades para se adaptar a esse cenário de transformação.
leia mais: ESG: o caminho para empresas mais competitivas e sustentáveis
Um dos principais “riscos” para as empresas é a regulamentação do mercado de carbono. Como já mencionado, na COP 26 foram definidos critérios para o comércio internacional de créditos de carbono, assim a regulamentação se torna clara e evita fraudes. Mais recentemente o Brasil também regulamentou o mercado de carbono local. Para empresas emissoras de carbono isso significa a necessidade de adequar processos produtivos para reduzir custos relacionados à emissão de poluentes ou de comprar créditos para compensar suas emissões.
Em paralelo, a pressão por outras legislações ambientais mais estritas relacionadas ao uso da terra podem exigir investimentos em tecnologias mais eficientes e sustentáveis. Empresas que não acompanharem essas mudanças correm o risco de serem excluídas do mercado, especialmente aquelas altamente dependentes de combustíveis fósseis ou de cadeias de produção intensivas em carbono. Dependendo da intensidade dessas mudanças essas corporações podem acabar ficando com “stranded assets“, ou ativos encalhados, bens e recursos que passam por uma desvalorização ou se tornam obsoletos diante da transição para uma economia de baixo carbono. Setores como o de petróleo, gás e mineração, são mais sensíveis a esse tema, podendo ser drasticamente desvalorizadas devido a regulamentações ambientais ou mudanças no comportamento do mercado.
Por outro lado, as COPs também abrem “oportunidades” para as empresas. Com consumidores conscientes sobre os impactos ambientais de suas escolhas, marcas que adotam práticas sustentáveis, investem em economia circular ou oferecem produtos de baixo impacto ambiental podem sair na frente e ganhar vantagem competitiva no mercado. Pesquisas também mostram que esses consumidores tendem a se tornar mais leais às marcas, aumentando seu valor de mercado.
Além disso, criam-se novos mercados em torno das novas regulamentações, como por exemplo, a recuperação de áreas degradadas e a comercialização de créditos de carbono. Empresas que participam ativamente do mercado de carbono podem lucrar com a venda de créditos ou com a valorização de práticas sustentáveis em suas operações. Essas mesmas empresas também devem ter mais ofertas e facilidades de acesso tanto a recursos internacionais, através de fundos e investidores, quanto nacionalmente com linhas de financiamento verde mais competitivas por suas práticas sustentáveis.
A influência das COPs no setor privado é, apesar de indireta, real. A mudança deve ser encarada como uma oportunidade econômica, ambiental e social, afinal, já está claro que as práticas econômicas atuais são incompatíveis à manutenção da vida na terra.
COP30 Belém: seus impactos e perspectivas
Em novembro de 2025 será realizada a COP30 em Belém no Pará. Pela primeira vez, o maior evento sobre mudanças climáticas terá, literalmente, como pano de fundo a Floresta Amazônica, uma das maiores reservas de carbono do mundo. Há uma grande expectativa em relação à importância deste bioma nas discussões, equilibrando a preservação e o desenvolvimento sustentável sob a liderança brasileira. Há também uma esperança no aumento da participação dos povos indígenas, ganhando mais espaço para exporem suas urgências e propostas em um evento internacional.
No evento de Novembro os países também devem discutir suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Acordo de Paris citados anteriormente. Dessa forma, serão evidenciados progressos, falhas e novos caminhos que os países tomarão para a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C.
No plano local, a COP30 já está trazendo grandes investimentos para Belém, com recursos para infraestrutura e revitalização de ativos públicos. A perspectiva de geração de renda local está entorno da prestação de serviços de hotelaria e a contratação de mão de obra local para atender à alimentação, logística e organização do evento. Outro ponto promissor é o fortalecimento de marcas brasileiras que desenvolveram cadeias de fornecimento sustentáveis, desde pequenos negócios locais que produzem mantendo a floresta em pé até grande marcas nacionais que já desenvolvem trabalhos relevantes de produção sustentável poderão expor suas atividades para um público global.
No entanto, alguns desafios são conhecidos e precisam ser abordados. Belém enfrenta limitações estruturais, como uma rede hoteleira limitada, problemas no abastecimento de água e saneamento básico, que são riscos a serem gerenciados para a realização do evento, mas que podem deixar legados positivos para a cidade.
O Brasil terá, em Novembro de 2025, a oportunidade de demonstrar mais uma vez, sua capacidade de liderar um crescimento econômico responsável, aliado à diminuição das desigualdades sociais e econômicas.
quem somos nós? mais sobre a monai
A monai é uma empresa que busca conciliar o desenvolvimento econômico com o bem-estar social e a sustentabilidade ambiental.
Nós entendemos que não podemos conversar sobre meio ambiente sem olhar para as pessoas, como as comunidades tradicionais, mulheres no campo, povos indígenas, e outras populações minorizadas. Em paralelo, entendemos que todo o processo produtivo deve ser sustentável, desde a busca de fornecedores, a produção, a logística até o descarte da embalagem.
Dessa forma, através de presentes e brindes corporativos sustentáveis buscamos empoderar financeiramente pequenos produtores enquanto contamos suas histórias e fortalecemos marcas que assim como nós, acreditam em um futuro possível.