Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) traçam um caminho para transformar o mundo em um lugar melhor até 2030. Mas qual é esse caminho? Como esses objetivos podem moldar o futuro e impactar o nosso dia-a-dia? Neste post vamos desvendar o que está por trás dessa agenda global e como ela se conecta com o nosso cotidiano.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: o que são?
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda global adotada pelos países membros da ONU em 2015, visando promover um desenvolvimento mais justo, equilibrado e sustentável até 2030. Eles são compostos por 17 objetivos e 169 metas interligadas que abrangem questões como erradicação da pobreza, combate às mudanças climáticas, igualdade de gênero, educação de qualidade, saúde e justiça social.
Os ODS foram criadas com a intenção de enfrentar os desafios globais e aumentar o bem-estar geral sem comprometer os recursos do planeta para as gerações futuras. Dessa forma, eles funcionam como um guia para promover mudanças em diversas áreas e garantir que o progresso seja sustentável a longo prazo.
Como e por que os ODS surgiram?
Os ODS são uma evolução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos nos anos 2000. Os ODM eram oito metas que buscavam o desenvolvimento dos países, contando com a erradicação da pobreza, educação básica universal, igualdade de gênero, redução da mortalidade infantil, melhora da saúde materna, combate a doenças e sustentabilidade ambiental.
Os ODM tiveram seu prazo encerrado em 2015 e a realidade mundial ainda era repleta de desafios. Foi reconhecido durante a Conferência Rio+20 em 2012 que era preciso uma nova agenda global mais ampla e atualizada. Com isso, a ONU liderou um processo para estabelecer novas metas que colaborassem para enfrentar os desafios mais urgentes que o mundo passava com o auxílio de Estados-membro, cientistas, organizações da sociedade civil e setor privado. Os ODS foram lançados em Setembro de 2015 na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável na sede da ONU em Nova York, ratificados por 193 países que assumiram o compromisso de trabalhar coletivamente para alcançar os objetivos até 2030.
Diferentemente dos ODM, foi entendido que mudanças climáticas, desigualdades sociais, perda de biodiversidade e instabilidade econômica são problemas interdependentes e a solução requer medidas multifacetadas. Também exigiam metas mais detalhadas e com monitoramentos possíveis. Além disso, os ODS reconhecem que desigualdades sociais não eram apenas um problema de países não-desenvolvidos, envolvendo até mesmo as nações ricas.
As Metas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: paz, meio ambiente, sociedade e economia
Como já dito, os ODS são divididos em 17 objetivos e 169 metas que podem ser agrupados em 4 temas principais: paz, meio ambiente, sociedade e economia, com seus objetivos e respectivas metas:
Paz
ODS 16 – paz, justiça e instituições eficazes
reduzir significativamente todas as formas de violência e mortes violentas
promover o Estado de Direito, garantindo acesso igualitário à justiça
reduzir corrupção e suborno em todas as formas
desenvolver instituições eficazes, responsáveis e transparentes
garantir participação inclusiva e presentativa na tomada de decisão
ODS 17 – parcerias em prol das metas
reforçar a mobilização de recursos para apoiar o desenvolvimento sustentável.
melhorar a cooperação internacional para transferência de tecnologia.
estimular parcerias multissetoriais para alcançar as metas da Agenda 2030.
Meio ambiente
ODS 6 – água limpa e saneamento
garantir acesso universal e equitativo à água potável.
melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição.
expandir a infraestrutura de saneamento básico e tratamento de resíduos.
ODS 7 – energia limpa e acessível
assegurar acesso universal à energia acessível, confiável e sustentável.
aumentar a participação de energias renováveis na matriz energética global.
duplicar a eficiência energética mundial.
ODS 13 – combate às alterações climáticas
melhorar a resiliência e capacidade de adaptação aos desastres climáticos.
integrar medidas climáticas nas políticas nacionais e estratégias de planejamento.
mobilizar recursos para ajudar países em desenvolvimento a mitigar os impactos climáticos.
ODS 14 – vida debaixo da água
reduzir significativamente a poluição marinha.
proteger ecossistemas marinhos e costeiros.
regular e combater práticas de pesca predatória e ilegal.
ODS 15 – vida sobre a terra
proteger ecossistemas terrestres, especialmente florestas.
combater a desertificação e restaurar terras degradadas.
acabar com a caça ilegal e com o tráfico de espécies protegidas.
Sociedade
ODS 1 – erradicação da pobreza
erradicar a pobreza extrema (pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia).
garantir acesso a recursos básicos como serviços públicos e proteção social.
ODS 2 – fome zero
erradicar a fome e garantir o acesso de todos a alimentos seguros, nutritivos e suficientes.
acabar com todas as formas de malnutrição.
aumentar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores.
manter a diversidade genética das sementes e promover práticas agrícolas sustentáveis.
ODS 3 – saúde e bem-estar
reduzir a mortalidade materna e infantil.
combater epidemias como HIV/AIDS, tuberculose e malária.
garantir acesso universal à saúde sexual e reprodutiva.
ODS 4 – educação de qualidade
garantir educação primária e secundária gratuita e de qualidade para todos.
aumentar o número de jovens e adultos com competências relevantes para o mercado de trabalho.
ODS 5 – igualdade de gênero
acabar com todas as formas de discriminação contra mulheres e meninas.
garantir a participação plena e igualitária das mulheres na vida pública e econômica.
ODS 10 – redução das desigualdades
reduzir desigualdades de renda entre e dentro dos países.
melhorar a inclusão social, econômica e política de todos.
ODS 11 – cidades e comunidades sustentáveis
tornar as cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
garantir acesso universal a moradia segura e acessível, com serviços básicos de qualidade.
reduzir o impacto ambiental das cidades, incluindo poluição do ar e da água.
planejar o crescimento urbano de forma sustentável, promovendo a participação comunitária.
Economia
ODS 8 – emprego digno e crescimento econômico
sustentar o crescimento econômico per capita em países em desenvolvimento.
promover políticas que incentivem o trabalho decente para todos.
ODS 9 – indústria, inovação e infraestrutura
desenvolver infraestruturas resilientes e sustentáveis.
aumentar a contribuição da indústria no PIB dos países menos desenvolvidos.
promover a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico.
ODS 12 – consumo e produção responsáveis
reduzir o desperdício global de alimentos.
garantir padrões sustentáveis de produção e consumo em empresas e governos.
Qual a importância dos ODS?
Contudo, a ONU não tem poder impositivo, e para os ODS não poderia ser diferente. Apesar de ser criticado por não ser um documento com poder de lei, os objetivos são de extrema importância para guiar ações tantos dos Estados quanto de membros não-estatais, empresas e organizações da sociedade civil estabelecerem uma linguagem comum em direção a um futuro possível.
Entre países, ter metas globais em comum traçadas é uma forma de coesão internacional, ou seja, de receber um influência externa que com o tempo pode moldar as políticas públicas. Com isso, ainda que cada nação construa seus próprios caminhos, os ODS definem um – ou 17 – objetivos em comum como alvos a serem perseguidos globalmente.
Por exemplo, em 2022 foi realizado o Acordo Global sobre Poluição por Plásticos, em que mais de 170 países assinaram um acordo na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, comprometendo-se a reduzir drasticamente o uso de plástico descartável até 2024 baseado na ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e ODS 14 (Vida na Água). Ou seja, ter objetivos em comum é uma forma dos países se unirem e formularem estratégias de mudanças efetivas.
Nos governos os ODS podem servir como suporte argumentativo para adoção de políticas públicas. Em 2021, líderes indígenas, incluindo a atual Ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, usaram os objetivos da ONU em discursos em foros internacionais, como o Fórum Permanente da ONU sobre Assuntos Indígenas, para exigir ações concretas do governo brasileiro.
Para as sociedade civil organizada os ODS surgem tanto como uma forma de orientação das prioridades globais em relação ao desenvolvimento sustentável quanto uma maneira de conversar com os Estados e empresas em relação a seus impactos prioritários. Por fim, para a sociedade civil em geral os ODS são uma forma de orientar ações cotidianas, como garantir a igualdade de gênero e proteger a vida marinha e terrestre.
Quem é responsável pelos ODS?
Os ODS têm como princípio uma agenda de ações de responsabilidade compartilhada, não limitada apenas às nações, mas abrangendo também a sociedade civil, ONGs e o setor privado, que têm papel crucial para o alcance dessas metas.
Sociedade civil
A sociedade civil é composta por cidadãos, movimentos sociais e ativistas, esses têm como função fundamental a mobilização e fiscalização.
A mobilização tem o objetivo de conscientizar os cidadãos acerca da aplicabiliadde dos ODS mais do que apenas como princípios distantes, buscando tangibilizar ações práticas no dia-a-dia de cada um. Claro, os objetivos são grandiosos e podem parecer inalcançáveis com a força individual. Contudo, optar por produtos que não tenham plástico, evitar produtos com uma vida-útil curta e ações simples de descarte correto do lixo já são uma forma, por exemplo, de conservar a vida na água, evitando que mais plástico contamine os oceanos.
Além disso, a sociedade também é responsável por fiscalizar governos e empresas, monitorando o cumprimento das metas e apontando falhas, ou influenciando políticas públicas e garantindo a responsabilização dos envolvidos por não cumprí-las.
ONGs
As ONGs também conhecidas como Sociedade Civil Organizada contam com uma maior estruturação que a sociedade civil podendo garantir uma influência maior e mais estruturada em suas áreas de atuação. Um ótimo exemplo é a ONG Amigos do Bem que nasceu até mesmo antes dos ODS, em 1993, com a missão de erradicar a pobreza no sertão nordestino. Há mais de 30 anos eles promovem projetos de educação, trabalho, renda, água e moradia, contribuindo com o desenvolvimento sustentável da região influenciando positivamente a vida de mais de 150 mil pessoas.
Empresas
As empresas cada vez mais estão sendo cobradas para pensar além do lucro. Elas têm capacidade (e cada vez mais, responsabilidade) de adotar e promover a inovação para criar soluções alinhadas aos ODS. Implementar modelos de negócios que respeitem os direitos humanos, a inclusão social e a sustentabilidade, colaboram para um crescimento que não cause impactos negativos na sociedade enquanto abrem portas para novos negócios. A adoção de práticas ESG desdobram parte dos conceitos dos ODS (leia nosso artigo sobre o tema aqui) e são uma alternativa nesse sentido. A certificação do Sistema B também pode ser um guia para empresas aumentarem sua consciência em relação ao seu papel na sociedade.
Governos
Os governos são os principais responsáveis pela implementação das ODS em nível nacional. Criando políticas públicas, alocando recursos financeiros e regulando ações, são capazes de criar mecanismos que reformam a estrutura a fim de atingir as metas. Além disso, eles devem monitorar o progresso com transparência para a ONU e os outros Estados e ser capazes de compreender as limitações que ainda possuem, buscando caminhos para adoção de melhores práticas.
A relação entre ESG e ODS
Compreender a relação entre ESG (Environmental, Social, and Governance) e os ODS é essencial para empresas que buscam adotar práticas sustentáveis ou já estão comprometidas com elas.
Enquanto os ODS estabelecem uma agenda para o desenvolvimento sustentável, o ESG oferece um conjunto de ações para as empresas medirem e melhorarem seu desempenho que gere cada vez mais impactos positivos para a sociedade, o meio ambiente e os investidores. Ou seja, as metas ESG das empresas devem estar alinhadas, sempre que possível, aos ODS, de forma a deixar claro a contribuição daquele negócio para o todo.
E (Environmental) no aspecto ambiental, o ESG está diretamente ligado a vários ODS: responsabilidade pelos resíduos produtivos ou utilização responsável de matérias-prima estão ligados ao ODS 13, que trata das mudanças climáticas, e ao ODS 15, relacionado à proteção da vida terrestre.
S (Social) no campo social, o ESG envolve práticas que promovem a igualdade de gênero, a saúde e o bem-estar, alinhando-se com os ODS 3 e 5, que buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover a igualdade.
G (Governança) já a governança, outro pilar importante e muitas vezes pouco falado do ESG, está em sintonia com a ODS 16, que promove a transparência, a ética e a justiça, essenciais para garantir a boa gestão e o cumprimento das metas globais.
Portanto, empresas que já estão adotando práticas sustentáveis ou que buscam se tornar mais responsáveis podem e devem integrar os princípios de ESG com os ODS. Com isso, além de ganharem uma diferenciação no mercado, possibilitam a construção de uma sociedade que valorize princípios fundamentais de paz, meio ambiente, sociedade e economia.
Quem somos?
A monai é uma empresa dedicada em promover o desenvolvimento social e a sustentabilidade ambiental. Nós entendemos que a luta por um futuro equilibrado deve ser um trabalho de todos que abrange uma solução multifacetada. Discussões sobre meio ambiente devem envolver também a proteção de grupos vulneráveis, como as comunidades tradicionais, mulheres no campo, povos indígenas, etc.
Em paralelo, entendemos que as empresas devem se responsabilizar pela sustentabilidade em todo seu processo produtivo, da busca de fornecedores, produção, logística até o descarte da embalagem. Nós fazemos isso por meio de presentes corporativos que contam histórias e geram renda para populações marginalizadas enquanto incentivamos produções ecológicas.
Conheça mais sobre a monai entrando em contato pelo whatsapp ou navegando no na curadoria do nosso site!